25/08/2009

"Shouts & Murmurs", directamente da New Yorker

O site da revista New Yorker coloca mais uma pérola à disposição dos leitores: um hilariante texto de Paul Simms sobre Alex Kerner, CEO e presidente vitalício da empresa imaginária Alex Kerner's Personal Life, Inc.
Transcrevo um pouco, mas aconselho vivamente a leitura integral: "Alex Kerner (C.E.O., C.O.O., chairman, and president of Alex Kerner’s Personal Life, Inc.) announced today a wide-ranging restructuring of his imaginary company’s upper management.
Tim Williams, a member of the company in varying capacities for five years, has been promoted to Best Friend, and he will report directly to Kerner in all friendship-related matters.
“Tim has proved himself to be a solid guy who’s always up for whatever,” Kerner says. “During the past five years, I’ve watched him excel in every position he’s occupied. From Mere Acquaintance to Periodic Dinner Companion (In Groups of Four or More People) to Frequent Midweek Business-Lunch Cohort, Tim has consistently shown himself to be just the kind of person we’re looking for in a Best Friend."

A ideia é engenhosa: gerir a nossa vida pessoal como se fosse uma empresa!
O restante aqui. Ilustração de Barry Blitt.

24/08/2009

"Pub"




Depois de um espectacular fim-de-semana em Santa Maria, a banhos na Maia, só precisava agora de uma massagem para ficar 100%! Se estivesse em Lisboa, ia ao Costas d'Anjo...

17/08/2009

Design, objectos de...


Nada como um designer para pensar em soluções. Sempre achei que todos os suportes, caixinhas, pratinhos e afins para colocar o sabonete eram uma grande porcaria pois, ao fim de algum tempo, o dito sabonete acabava melado e sujo. Vejam esta sugestão de Eva Solo. Quem quer abrir uma lojinha destes produtos comigo?

14/08/2009

PSSST! (semi-retrospectiva)

Boing!
Já decidi o que vou fazer para o resto da minha vida: ser traumatologista. Com tantas pessoas a dar encontrões, compensa largamente!
Já fiz uma prospecção e a lista é infindável: alguns jornalistas, um ou dois escritores no topo da tabela de vendas, alguns comentadores/colunistas, população em geral.
Na verdade, nem tenho de me preocupar muito com o início do negócio: nada de grandes campanhas de marketing, clínicas ultra modernas ou recepcionistas vestidas de látex. Basta ficar à espera que alguém diga as palavras certas — bem, na verdade… erradas!
Porque todas as vezes que alguém usar a expressão “IR DE ENCONTRO A” quando quiser dizer que há concordância, que há encontro de ideias, que há união de conceitos, está na verdade a dar um grande encontrão. Um trambolhão linguístico. Uma contusão verbal. Um traumatismo (i)letrado.
O que realmente querem dizer é que estão a “IR AO ENCONTRO DE”. Uma questão de preposições, não é? Coisa mínima…
Ir ao encontro de um amigo. Ir ao encontro de novas tendências. Ir ao encontro de uma proposta.
Ir de encontro ao poste de luz. Ir de encontro ao separador da auto-estrada. Até se pode ir de encontro à decisão do ministro Z (se for o próprio, esta nem é difícil e não envolve pronto-socorro). Não se deve é ir ao encontro de indo de encontro a. Boing!
Publicado no Açoriano Oriental em Janeiro 08

10/08/2009

Anthony De Sa


"MOVING FROM THE PORTUGUESE VILLAGE OF LOMBA DA MAIA, WHERE TIME STANDS STILL, TO THE DARK ALLEYS OF A SLEEPY, BACKWATER TORONTO IN THE 1970s, BARNACLE LOVE OFFERS A REMARKABLE COMING-OF-AGE STORY"

Anthony De Sa é mais um interessantíssimo exemplo de um filho de imigrantes que não só ultrapassou qualquer limitação que a sua ascendência lhe pudesse causar (família originária da Lomba da Maia, São Miguel), como soube transformar esse valioso legado num testemunho universal. O meu irmão acompanhou uma das prelecções - uma visita guiada por De Sa aos locais mencionados no livro e, no fundo, à infância e herança do autor - cuja audiência de cerca de 200 pessoas (para surpresa do autor!) era maioritariamente canadiana sem ascendência lusa.

Mais sobre Anthony de Sa e Barnacle Love aqui.

05/08/2009

PSSST! (semi-retrospectiva)

Parece que o meu post de ontem ficou algo "negro". Não era a intenção nem tem sido este o meu espírito. Entretanto, senti saudades de escrever aquelas cronicazitas do AO, mas estou de férias. Ponto. Para mitigar as ditas e porque já não me lembro bem da primeira fase, vou publicando, com a regularidade que me apetecer (eheheh), as que nunca foram aqui publicadas pela simples razão de que este blogue nem era nascido. Aqui vai a primeira, com desenho do Rui Pedro Almeida.


ADE—quê?
Estava eu num delicioso momento de «zapping» quando a notícia de um evento me prendeu o dedo no botão: uma ilustre senhora, perorando em nome de uma ilustre organização, disse que o dito evento estava a ser um sucesso e que estava a ter (citando) “imensa aderência”.
Plof! Quais melgas gigantescas em dia de calor pegajoso, centenas de pessoas ficaram imediatamente espalmadas contra a parede. E para ter a certeza de que não havia falta de adesão à aderência, ainda lhes acrescentei umas tiras de fita-cola. Zás!
Este é o efeito da palavra aderência quando empregue em vez de adesão. A confusão (apesar de serem diferentes desde os tempos do latim: adhaerentia e adhaesione) é perfeitamente normal se considerarmos que não é fácil debitar um texto minimamente coerente e interessante sob o olho implacável da câmara. Até os profissionais se enganam. E a verdade é que, desde que Andy Warhol cunhou o conceito “15 minutos de fama”, nunca mais houve um momento de sossego. O meu conselho aos entrevistados? Adiram às palavras monossilábicas. Sem grunhir, claro. Pronto, duas sílabas e já podem dizer imensas coisas, como «gostei» ou «q’ horror». Assim evitam os problemas de aderência (ficarem com a língua literalmente colada ao palato) e podem experimentar uma imensa e grata adesão. Da nossa parte.
Publicado no Açoriano Oriental em Janeiro de 2008

04/08/2009

a marcha inexorável do tempo


... e pronto, já entrámos em agosto, a partir daqui é sempre para baixo! contagem decrescente, damos por nós e estamos no natal, depois vem 2010, já passou a primeira década, eu cada vez mais perto dos 50. é o tempo que não pára, não pára, mais pareço o coelho da alice (estou inquieta que o filme estreie por cá, novamente a querer que o tempo passe) mas para quê? para ir para onde? para despachar o quê? para chegar ao quê? juro que não estou com um ataque agudo de existencialismo, apenas - e atónita pela sua marcha - vejo o tempo que passa, inexorável, um batalhão de segundos que marcha, marcha, surdo aos impropérios dos humanos, cego às teorias da física... e mudo, tão mudo, nada nos diz! de que fala o tempo, desregulado entre ser tempo de relógio e tempo meteorológico (os ingleses é que têm razão, uma palavra diferente para cada um), bipolar, esquizofrénico, time killer, de que a história nunca se repete? é mentira, nós é que nunca aprendemos. basta! vou lá fora ver o tempo que o tempo faz e sepultar o meu relógio debaixo de uma pedra...

PS - depois deste desabafo, acho que vou colocar o blogue em férias... ninguém me liga... chuif! Alguém que alimente os peixes, por favor. MM has left the building!