14/08/2009

PSSST! (semi-retrospectiva)

Boing!
Já decidi o que vou fazer para o resto da minha vida: ser traumatologista. Com tantas pessoas a dar encontrões, compensa largamente!
Já fiz uma prospecção e a lista é infindável: alguns jornalistas, um ou dois escritores no topo da tabela de vendas, alguns comentadores/colunistas, população em geral.
Na verdade, nem tenho de me preocupar muito com o início do negócio: nada de grandes campanhas de marketing, clínicas ultra modernas ou recepcionistas vestidas de látex. Basta ficar à espera que alguém diga as palavras certas — bem, na verdade… erradas!
Porque todas as vezes que alguém usar a expressão “IR DE ENCONTRO A” quando quiser dizer que há concordância, que há encontro de ideias, que há união de conceitos, está na verdade a dar um grande encontrão. Um trambolhão linguístico. Uma contusão verbal. Um traumatismo (i)letrado.
O que realmente querem dizer é que estão a “IR AO ENCONTRO DE”. Uma questão de preposições, não é? Coisa mínima…
Ir ao encontro de um amigo. Ir ao encontro de novas tendências. Ir ao encontro de uma proposta.
Ir de encontro ao poste de luz. Ir de encontro ao separador da auto-estrada. Até se pode ir de encontro à decisão do ministro Z (se for o próprio, esta nem é difícil e não envolve pronto-socorro). Não se deve é ir ao encontro de indo de encontro a. Boing!
Publicado no Açoriano Oriental em Janeiro 08

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