03/11/2008

PSSST!


Apesar de Ponta Delgada não ser Lisboa, Porto ou outra qualquer cidade igualmente azafamada, já pensou que passamos, no trânsito, larguíssimos minutos das nossas vidas? Sem contar com momentos de “interessante” voyeurismo (e que incluem aplicação de cosméticos, asseio matinal ou disciplinação de menores), as horas dispendidas ao volante de um automóvel justificam falar do assunto.
Quantas vezes já pensaram usar mais a bicicleta? Mais exercício, menos combustível, menos poluição… bem, talvez menos poluição, porque as buzinadelas e os aceleramentos que os automóveis fariam para se livrarem de si seriam tão poluentes quanto. Tudo porque não há ciclovias que sequer justifiquem o trabalho de espanejar a dita bicicleta, arremessada para um canto da garagem.
E o que será mais perigoso: uma passadeira normal, com os seus tímidos risquinhos pintados no chão ou uma passadeira elevada? Tendo em conta o voo planado de condutores mais acelerados e o efeito cardíaco que isso pode ter no peão, fica aqui a premente dúvida… E em dias de chuva, em que esta se transforma em manteiga assim que toca o paralelepípedo de calcário, ainda mais planado há-de ser o voo.
Que considera mais flagrante — um condutor de uma viatura das forças policiais (em andamento normal, como todos nós) a falar ao telemóvel imediatamente à sua frente ou imediatamente atrás de si? Sinceramente, eu prefiro à minha frente, sempre posso ir controlando melhor a coisa.
Creio que estas são questões pertinentes. E se forem impertinentes, tanto melhor…
Publicado no Açoriano Oriental de 2 Nov 08

2 comentários:

Su disse...

Óptima a tua coluna desta semana! De facto, a pertinência das questões levantadas têm o seu quê de impertinentes, eheheh!
Gostei particularmente do aproveitamento do tempo perdido no trânsito para disciplinar a prole...
:)

Maria das Mercês disse...

Obrigada, amiga! A ti devo a dica de me voltar mais para a vida real! :)