18/01/2009

PSSST!


Palavras a dobrar
No outro dia, à conversa com o meu amigo Mário, surgiu a dúvida: é síndrome ou síndroma? São as duas, concluímos. E concluímos bem.
Palavras com 2 (ou até 3) grafias não são incomuns em português. Assim de repente, temos os clássicos louça/loiça e todos os seus parentes com os ditongos “ou” e ”oi” — sendo que loura deve ser dos mais famosos. Por cá na ilha, o “ou” (ler bem à francesa!) está no topo da tabela. A restante lista é imensa: cabine/cabina, bêbado/bêbedo, impacte/impacto, parquímetro/parcómetro… Com o acordo ortográfico, há-de ser infinita!
Há muitos anos, em Lisboa, no meio de ensurdecedores espirros, um dos atingidos comentou que eu “espilrava” imenso. Provavelmente em resultado do espanto, o meu nariz empancou, o que me permitiu consultar o dicionário de imediato: sim senhores, espilrar existe, é uma variação popular de espirrar.
Uma breve pesquisa por diferentes fontes revela alguma falta de consenso: num dicionário, existem as versões aventesma, avantesma e abantesma; noutro, apenas aventesma e abantesma. Olhem, e o corrector ortográfico do Word só reconhece abantesma! E precariedade? Um dicionário tem esta versão e a outra: precaridade. O outro não: reconhece apenas a versão com o “e”. Sinceramente, é a que me agrada mais: se temos que viver em precariedade, que o façamos com estilo!
Para terminar, informo que o feminino de elefante é elefanta; que tanto faz dizer faúlha como fagulha; que o fruto tropical chama-se araçá e não araçal; e que os lindos e altaneiros pinheiros são araucárias — e não aerocárias, aracárias ou euracárias!


Publicado no Açoriano Oriental a 18 Jan 09

2 comentários:

Filipe Machado disse...

Mais um contributo: Felipe e Filipe :) Excelente artigo, muito parabéns!

Maria das Mercês disse...

Tens toda a razão!!!! Obrigada :)