14/12/2009

PSSST!

Espartanamente espartilhada
Esta deve ser, das que já escrevi, a coluna mais adequada à época. Não sei se é da (longuíssima) antecipação do Natal ou da ventilada crise, mas entrei em dieta. Ou em regime. Sinceramente… não sei, pois uma dieta em princípio implica um regime. Mas os princípios já não são o que eram, para parafrasear.
Regime ou regímen (aqui, não esquecer o acentozito!) significa um modo, um regulamento, um procedimento, seja de governar, de comer ou de agir. Gramaticalmente, regime é igual a regência, a relação que as palavras e as orações têm entre si através da sintaxe. Na questão da nutrição, é um conjunto de normas que influencia o comportamento alimentar. Já uma dieta é um regime alimentar “cozinhado” de forma a adequar-se às necessidades particulares de cada um; pode também significar a redução ou privação total/parcial de algum alimento, ou a confecção de pratos pobres em gorduras e calorias. Postas as coisas assim, acho que estou mas é em dieta, principalmente por causa da privação.
O que nos faz resvalar para o início do texto, para aquele apontamento sobre a crise. Uma crise será um regime? Espartano ou espartilhado? Ou será uma dieta? Talvez a última hipótese, até porque uma dieta é capaz (ênfase na incerteza) de durar menos que um regime; e porque a palavra dieta também significa uma assembleia legislativa — isto em certos países e arcaicamente, claro, nada de modernices…
Da próxima vez que alguém me disser que está a crescer em termos pessoais, eu declaro que ainda bem, porque se for para crescer de outra forma e com a minha idade, já fico assustada. Além disso, estou em dieta.
Publicado no Açoriano Oriental a 13 Dezembro 09

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