11/01/2010

PSSST!

Onde? Onde?
Parece que há um jogo do tesouro no ar, mas não sei se o prémio valerá a pena: dizem que é uma agenda! Ora, agendas pode uma pessoa comprar na papelaria ou, simpaticamente, receber como brinde (com a crise, se calhar estes já desceram de patamar…). Mas como foram os média nacionais a relatar que havia uma agenda escondida, eu acredito. Escondida onde, pergunto agora eu? Podem dar umas dicas, levantar um pouco a ponta da capa… da agenda?
A expressão “agenda escondida” é uma tradução literal do inglês «hidden agenda» mas com uma ligeira diferença: é que em inglês agenda é uma organização, um programa, uma lista de eventos ou projectos; em português, agenda significa um livro de registo. A coisa recentemente evoluiu e, no nosso torrãozinho luso, “agenda” já significa também uma lista de assuntos. Mas a verdade é que se disser a um falante da língua inglesa a palavra “agenda” o dito nunca vai visualizar um objecto; nós sim, podemos logo imaginar o bendito livro com uma linda capa com logótipo a relevo e recheio de calendário, mapas e tabela de conversões. Portanto, em Portugal, uma agenda escondida é das duas, uma: segundas intenções não anunciadas ou um objecto parecido com um livro disfarçadamente arrumado em lugar recôndito. Que é muito mais engraçado, convenhamos, e permite andarmos a perguntar uns aos outros coisas como “onde, onde?” ou “já encontraram?”.
Para terminar, mesmo com o turismo em baixa, nunca diga a um anglo-saxónico que tem de vestir um «smoking» para ir aos bailes: ele não é um toucinho fumado e vai precisar é de um «dinner jacket» ou «tuxedo». E se esta coluna para si é um «exit» eu amuo e bato com a porta à saída.

Publicado no Açoriano Oriental a 10 Jan. 2010

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